sexta-feira, 20 de novembro de 2015

E eu me pergunto
Quanto tempo dura a minha geração?
Geração ritalina e rivotril
Geração ansiedade e depressão
Geração que enriquece psicólogos
Câncer e tuberculose perderam espaço
Hoje o grande vilão afeta a mente
O avanço tecnológico divide espaço com a melancolia e a solidão
Nesse mundo globalizado onde as distâncias se anulam
Elas jamais estiveram tão curtas, mas jamais estiveram tão longas
Indivíduos mergulhados em si mesmos
Embora conectados por rede
Carecem de uma conexão física
A empatia praticamente inexiste
O egocentrismo umbiguista é o que persiste
Somos parte de um todo e, ao mesmo tempo,
Somos parte de um nada
Somos o que não poderíamos ser
Somos um mar de caos, uma verdade mentirosa
Nos escondemos atrás de máscaras e aparências
Somos todos virtualmente felizes
E internamente vazios
Se somos a engrenagem que faz o mundo girar,
Talvez o mundo pare em breve
Já que suas engrenagens estão impotentes e inaptas
Somos um geração indefinida
Incerta de nosso lugar no mundo
Buscamos uma eterna resposta
Para o que fomos, somos e poderemos ser

sábado, 7 de novembro de 2015

Cigarro

Eu odeio o cigarro
Esse condutor de ilusões
Que ostenta maravilhas
Num ciclo vicioso e eterno
Me leva ao céu e ao inferno

Primeiro traz a calmaria
Depois conduz ao turbilhão
Conhece todas as tuas fraquezas
Com ele não há salvação
Impossível ignorá-lo
Ele clama por atenção

A nuvem de fumaça me consome
Quero me ocultar nessa névoa
Que mescla um punhado de tabaco, um punhado de solidão
Esse gosto mentolado refresca meu coração

O tabaco magnetiza
A fumaça hipnotiza
O odor narcotiza
E mesmo não trazendo brisa
Eu viajo a cada trago

Talvez encurte minha vida
Mas nele encontro alento
Já que, nas palavras de Emicida
Cada cigarro leva um ano de sofrimento