quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Poema torto

Eu tenho sonhos eloquentes
Tenho desejos efervescentes
Sou aquela miragem decadente
Que tu insiste em idealizar
Sonhando, como um crente
Um dia me conquistar
E tua dor, acreditas
Eu posso aliviar

Eu sou de todo ilusão
Sou apenas mais um
Que parte do nada
Para chegar a lugar nenhum

Eu sou essa coisa indefinida:
Parte morte, parte vida
Parte cicatriz, parte ferida
Liquidando corações, quase um homicida

Não me tomes como perfeito,
Não mereço ternuras
Sou apenas um sujeito
Dominado por amarguras
Sou como um edifício novo,
Porém repleto de rachaduras

E por favor, não me obrigue
A preencher tua ilusão
Eu evito, ao menos uma vez
Arrasar um coração